É com muita satisfação que abrimos o nosso canal de entrevistas com as mães e leitoras do nosso blog. Acreditamos que antes de viver a experiência de mãe é muito importante conhecer sobre o assunto, e a melhor forma de aprender é trocando experiências com mães que já viveram momentos parecidos com o seu.

Tema: Mães Solo

Flávia Duarte Braga, 43 anos
Rio de Janeiro/RJ
Mãe da Maria Clara (3 anos)
Instagram: flaviabraga
Página SOS Mães Solo

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Sobre mim

Acredito que todos nós viemos a esse Mundo com alguma missão, um propósito de vida. Mas cada um de nós passou por experiências de vida diferente. Mas será que entendemos porque passamos por determinados momentos? Tudo na vida tem um aprendizado, tudo que cruza nossa trajetória vem nos ensinar alguma coisa, nos mostra o que ainda temos que trabalhar em nós.

A gente aprende que nem tudo sai como imaginamos. Algumas coisas são melhores do que sonhamos, mas outras nos obrigam a nos adaptarmos para seguir adiante. A maternidade é uma caixinha de surpresa, nunca vamos saber o que estará nos esperando.

Ser mãe foi algo com que sempre sonhei e desejei, mas eu queria que fosse num momento certo. Momento que poderia dar ao meu filho aquilo que tenho de melhor. Eu queria estar com meu filho em todos os momentos, poder participar do momento em que fosse engatinhar, dar seus primeiros passos, falar sua primeira palavrinha, correr pela casa toda, aprendendo a comer sozinho. Eu queria estar presente todo tempo.

Mas foi só quando eu entreguei esse meu desejo ao Universo que tudo mudou na minha vida.

Decidi cuidar do meu interior

Lembro direitinho desse dia. Eu já tinha iniciado (comecei em Abril 2014) um trabalho voltado para parte espiritual, numa casa Holística, um trabalho que iria cuidar do meu interior. Esse trabalho era voltado para desenvolvermos o amor entre as pessoas, fazer nossa essência florescer. Foi lá no PSIC – Pronto Socorro das Irmãs Clarissas, que me recolhi e entreguei o meu desejo de ser Mãe a Santa Clara. Abri meu coração e disse o quanto à maternidade era importante para mim, que sem ela eu não seria a mesma pessoa. Eu já estava com 39 anos e não queria ficar uma pessoa amarga por não poder gerar um filho, então pedi que ela me mostrasse qual seria o meu caminho, que independente da minha vontade eu aceitaria o que fosse para mim.

Eu no momento estava vivendo um relacionamento em crise, e se fosse para não dar mais certo, eu teria tempo de conhecer outra pessoa e quem sabe com ele ter uma família.

Iniciando a Maternidade

Eu trabalhava na empresa BRJ Promotora a 11 anos quando descobri a gravidez ??
Eu trabalhada no setor de informática. Quando sai de licença maternidade a empresa teve uma intervenção judicial e logo depois eu fui mandada embora.

Nessa mesma época (Agosto 2014) eu procurei minha ginecologista e pedi a ela que fizesse alguns exames, para saber se meus órgãos não estavam velhos. Graças a Deus tudo certo, mas isso ia levar um tempo, pois meu organismo estava com muito hormônio, devido ao anticoncepcional, que deixou meios seios cheios de nódulos, mas não era motivo para me preocupar, pois meu organismo ia levar uns seis meses para eliminar esses hormônios.

Fiquei aliviada em saber que ainda podia sonhar com a chance de ser mãe. Foi então que tudo desmoronou de vez, depois de quatro anos tudo acabou de uma maneira feia. DEUS sabe o que faz.

Agora era hora de colocar a cabeça no lugar e seguir em frente. Mas nada de planos.

Dias depois do termino do meu relacionamento, veio o resultado do exame “POSITIVO -7735 HCG”. Eu lembro ate hoje, foi num terça-feira, eu fiz o exame no laboratório Sérgio Franco no Centro do RJ, mas o resultado só à noite pela internet. Foi no dia 11 de novembro de 2014 as 22h31min. Eu não sabia o que fazer, nem por onde começar. Mas eu tinha que avisar meu ex do que estava acontecendo. A recepção não foi das melhores, ele só disse: “ muito estranho isso agora, muito estranho”. Depois disso o certo era marcar uma ultrassonografia e saber quanto tempo eu estava grávida. Meu ex entrou em contato comigo e ele pediu para ir à ultra comigo.

No dia na ultra, 27 de novembro de 2014, ele encontrou comigo no Hospital, foi um momento bem marcante, pois eu estava super nervosa, ele foi acolhedor e parceiro naquele momento. Abraçou-me e disse que não precisava me preocupar com nada, pois ele estaria ao meu lado no que precisar e que ficasse tranquila, afinal era o que eu mais queria e ele sabia que eu faria um excelente trabalho. Nossa me senti tão acolhida ficamos abraçados ate a médica chamar para fazer a ultra.

O que dizer desse momento, chegou a hora de saber quanto tempo eu estava. Como vou descrever um momento como esse. Ela colocou o gel no aparelho e é agora. Eu tremia. Ohhhhhhhhh e ali estava meu bebê, tão pequenininho, tão lindo, mas foi só na hora que ela aumentou o som e escutei “TUM TUM TUM TUM”, que a ficha caiu que ai sim eu desabei, não conseguia falar, a emoção foi mais forte. Meu DEUS OBRIGADA.

Agora sim era hora de ir preparando tudo para a chegada do meu FILHO(a).

O Ex

Passou uma semana e meu ex fez contato, queria conversar sobre o que íamos precisar resolver antes da chegada do bebê. Como seria o pré-natal e os preparativos para sua chegada (enxoval, moveis, preparação do quarto). Estava bem ansiosa para poder ver tudo com calma, mas não foi bem assim. Ele estava frio e estranho, diferente daquele que foi acolhedor durante a primeira ultrassonografia. De repente a bomba, eu quero exame de DNA. Não podia acreditar que estava escutando isso, depois de quatro anos juntos. Ele ainda complementou que como nossa relação não estava bem eu podia ter saído com outros caras e agora estava dizendo que o filho era dele.

Fiquei no momento furiosa com tamanha covardia, como assim. Eu acabei me exaltando com ele ao ponto de chorar de raiva, mas senti uma pontada na minha barriga e uma vozinha dizia “mamãe não briga”. Nessa hora eu tive que sentar e deixar a emoção tomar conta de mim. Foi nesse momento que as coisas fizeram sentido para mim. Eu não podia permitir que tamanha maldade tomasse conta de mim e me tirasse a alegria desse momento. Eu sabia que daqui para frente seriamos só eu e meu bebê.

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SOS Mães Solo

Por isso hoje estou aqui, pois fundei o SOS Mães Solo, para poder ajudar outras mães em situações parecidas com a minha, vou compartilhar com vocês o que tenho feito nesse tempo todo para manter uma “Boa” relação com o pai do seu filho. Mostra que quando estamos focadas nesse momento mágico da maternidade e empenhadas a dar o melhor para nosso filho, o Universo nos mostra que somos guerreiras e que tudo flui com muito amor.

Não importa a atitude que o pai do seu filho vai ter, o importante é ela saber quem ele é , de onde veio e seus valores

Sobre a Gravidez

Minha gravidez era muito desejada, porém não foi planejada. Descobri quando estava com 2 meses e meio, pois foi quando meu ciclo não veio. Tive e tenho até hoje apoio dos meus pais, familiares e amigos.

A maior emoção que senti durante a gravidez foi escutar o coração da Maria Clara, é uma emoção que não tem como descrever em palavras. A pior parte foram os enjoos, enjoei a gravidez toda, mas o lado bom foi que engordei só 11 quilos.

Após o nascimento

Após o nascimento, os três primeiros meses como mãe foram uma loucura. Não tinha a menor ideia de como seria ser mãe, temos a fantasia mostrada pelas pessoas, pelas mídias, mas a maternidade no real não fazia ideia de como seria. Foram momentos de medo, choro, angustia. Mas com minha mãe por perto, tive colo, e isso foi fundamental num momento como esse.

No primeiro ano de vida o que mais me emocionava eram as primeiras palavrinhas, seus primeiros dentinhos, engatinhar, a risada gostosa… Mas nem tudo são flores, e os momentos em que mais ficava aflita era com as vacinas.

Dificuldades em fazer dois papeis

Você saber que está sozinha para desempenhar vários papeis é desgastante. Gostaria que o pai dos nossos filhos tivessem a consciência de que a criança precisa dos pais por perto, pais que dessem segurança e amor acima de tudo, que fossem presentes e participativos, independente de como ficou a relação.

Minha vida nos próximos 5 anos

Imagino que possa levar para outras Mães Solo um pouco de conforto num momento tão esperando por nós, a maternidade, que o SOS Mães Solo possa ajudar muitas mães, possamos ter uma rede de acolhimento as mães solo.
Difícil imaginar daqui que daqui a 5 anos, minha filha vai estar com 8 e eu vou sentir saudades da minha pequenina que pede “mamãe coio”.

Pontos positivos em ser mãe solo

Podemos executar as tarefas sem o outro para atrapalhar. Porque as vezes podemos não dar chance ao outro de dar um banho, ou dar comida porque fazemos melhor.

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Finalização

Gostaria de pedir as Mães Solo que não fizesse do seu filho um meio de atingir o pai. Porque digo isso, temos um presente de DEUS na nossa vida, estamos transformando esse pequeno(a) em alguém que ira seguir aquilo que nós ensinamos. Então vamos fazer nosso melhor papel. Eu sempre desejei ser mãe, mas não sabia se a maternidade faria parte da minha vida. Tive sabedoria para seguir em frente. Eu queria a chance de ser mãe, e não me importava de que forma, eu aceitava o que viesse. Eu hoje dou para minha filha meu melhor, mas se o pai dela não quiser ajudar ou fazer, tudo bem, escolha dele, eu faço a minha parte da melhor forma.


1 comentário

Sandra Gullino · 13 de agosto de 2018 às 19:35

PARABÉNS comadre!!!! Sucesso…

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